sexta-feira, abril 13

Gerbera

A calçada corria pelas minhas plantas naquele momento especial. Enquanto os mil braços solares cortavam o vale, imaginei-me algures, quis-me imaginar ali, a perder-me no foco sorridente de mim mesmo.

Nunca precisei de justificar..! Que felicidade! A calçada corria pelas minhas plantas no momento em que rasgo o pudor. Era a semente de algo celestial, regada uma e outra vez pelo privilégio de poder amar. Na crua nudez da corrida, molho a pele no sol, que me abraça e me pousa nas pétalas da gerbera... e foi nas suas asas que encontrei sossego.

O mundo rodou, como havia rodado, e um feixe de calor rodou com ele.

5 comentários:

Anónimo disse...

II Idibem
Qualidade para ires mais além, mais que um blog, uma publicação?
É tentar. Força!

JorgeMiguel

Catarina disse...

Gosto.

E gosto das gerberas cor-de-rosa que estão ali na minha cómoda.

E de ti ( um bocadinho =P )

@

Samorosa disse...

=( ohh, só um bocadinho...? malditas gerberas!

Samorosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

"Gerbera" privilegia a visualidade dinâmica das sensações, dinamismo reforçado por uma acção verbal marcadamente actuante. Neste poema, à habitual pontuação mais emotiva, sobrepõem-se enunciados supostamente mais objectivos. A valorização de uma atmosfera inesperamente amena e ridente, inundada por uma matéria estilística fluida, enriquece-se pelo forte impacto sensorial da sinestesia, da imagem, das nuances semânticas.
Os conteúdos lógicos transportam consigo a emergência da sua própria anulação transmudando-se numa subjectividade de forte nitidez percepcional.