Puxo a alavanca.
Rotação desenfreada, em tom de metal gelado. Foge um click por dente, um dente por grau, grau a grau até ao giro, sem soltar descoordenação, o tempo perseguindo o seu próprio tempo, sempre a tempo.
Click, pêndulo revolucionário, instigação rebelde na luta pró-sistema, sem compreender o seu peso, irracionalizando o foco que o segura e o envolve.
Click, falsa partida, roeste o disparo e voltaste a roer... paraste a corrida, quebraste a mecânica na tua ausência de causa barra motivo, bloqueaste o criativo de um mundo perfeito sem te contentares!
Click...
Click...
Click...
Ao som do relógio, escutando o seu batimento cardíaco, puxo a alavanca e os fios desfazem os nós. Soltos no tempo, grau por dente, dente por click, amarro os ruídos oleados.
O mundo é perfeito outra vez.
domingo, abril 29
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Excertos corridos:
'Rotação' 'mecânica'
'quebraste' 'batimento'
'Alavanca'?
"Prensa" privilegia uma temática mecânica, as próprias assimetrias métricas enfatizam descoordenações de maquinismos. Verificam-se aqui claras ligações à "Ode Triunfal" do heterónimo Álvaro de Campos, onde referências mecânicas, como "Ó rodas, ó engrenagens...", ou "Ser completo como uma máquina", são uma constante.
No caso de "Prensa", verifica-se uma brilhante alegoria às contradições do indivíduo-
Enviar um comentário