quinta-feira, dezembro 6

Vender Um Pedaço de Céu

Homem, desempregado, na casa dos 20, solteiro, sem futuro, fodido, quebrado, gelado, procura a quem vender o resto de alma, o seu único pedaço de céu.
E esse homem, eu, no sentido mais pessoal da palavra, farto das massas férreas que pairam nos ombros, que pesam no consciente e se instalam como uma virose espiritual, desmamo-me do meu egoísmo, acedo à dádiva divina, humanitária, mas nunca altruísta.
A carne aos porcos que a merecem, o ouro aos deuses de espírito, ouro fátuo em estado líquido. O céu na palma da alma, para quem o quiser devorar, e engolir os dividendos do seu psicadelismo ensanguentado.


Texto elaborado no âmbito do GTIST