terça-feira, junho 3

Algum termo Perdido

Desculpe, penso não ter adquirido a devida reacção que se mostra nestes casos.
De modo nenhum, de forma alguma, qualquer que seja o tempo, espaço ou dúvida existencial. A reacção é o que manipulamos dela, raramente solta de fingimento, desse próprio fingimento que ilustro no seguinte olhar... repare, lambe-se convenientemente... Isto não é nenhum género de monólogo!
Perplexo, penso ser esse o verbo correcto, porém, sempre que adjectivo a fala, ela peca por reconciliar o passado e o presente. Coisa que eu nunca peço, nem aqui, nem quando arranco confissões de imagens, meramente virtuais.
Tem de adir o sufixo, somente isso. Relance a fala.

A Espera

Não é o começo...
É a força que induzimos
Num toque de sentimento.
São lágrimas efusivas
Que largamos em forma de ligamento.


Não queremos a espera,
Tão menos o tormento...!
Mas é este andamento
Que nos faz viver.
A pura e espiritual simplicidade,
Somente o desejar de um momento
Sem o qual não poderemos morrer!

Como detesto o que escrevo!!!
Nada disto é real!
São palavras sem nexo
A um ritmo vertiginal!
E quando olho para o que escrevi
Pergunto-me se, por alguma razão,
O sentido perdi...
Pergunto-me se a calma, por fim,
Reina em mim...
E, então, reparo que o tormento
E a vida, já não moram
Aqui...

segunda-feira, maio 26

Um Conto

Era uma vez um sabor...

A poesia,
Sumo de laranja,
Rosa,
Amarelo,
A pingos de arco-íris,
Polvilhados na nuvem predilecta.

Pedacinho a pedacinho, solto na sua valsa açucarada, mistura-se no verbo temperado, levanta a calma, pequena neve de baunilha, suspensa no som de cada letra que me toca. Num encosto terno, ao ouvido, pinta-me o seu nome a pastel.

Sabe a doce!
Àquele doce que mancha,
Que cola ao céu,
Que sobe mais baixo,
Que volta e fica,
Que pinta e abraça,
Abraça sem braços,
Que cola ao peito,
E se entranha no rir!

Vejo-o recortado ao perto, diluído na luz, a cintilar as palavras que não guarda.
Enquanto vai... desenhando o seu próprio rumo, segreda os tons do seu paladar, que vem colhendo na paisagem.
Para enfim nascer, na forma de uma flor - uma túlipa - e se desvendar.
Para partilhar o mundo que, enquanto solto, mudou.