segunda-feira, maio 26

Um Conto

Era uma vez um sabor...

A poesia,
Sumo de laranja,
Rosa,
Amarelo,
A pingos de arco-íris,
Polvilhados na nuvem predilecta.

Pedacinho a pedacinho, solto na sua valsa açucarada, mistura-se no verbo temperado, levanta a calma, pequena neve de baunilha, suspensa no som de cada letra que me toca. Num encosto terno, ao ouvido, pinta-me o seu nome a pastel.

Sabe a doce!
Àquele doce que mancha,
Que cola ao céu,
Que sobe mais baixo,
Que volta e fica,
Que pinta e abraça,
Abraça sem braços,
Que cola ao peito,
E se entranha no rir!

Vejo-o recortado ao perto, diluído na luz, a cintilar as palavras que não guarda.
Enquanto vai... desenhando o seu próprio rumo, segreda os tons do seu paladar, que vem colhendo na paisagem.
Para enfim nascer, na forma de uma flor - uma túlipa - e se desvendar.
Para partilhar o mundo que, enquanto solto, mudou.