sábado, março 31

Fada do Vento


Cor sussurrada...frutada,
Embala o meu corpo pintado.
Resvala no tom rosado...
Neste fogo contido.

Canto fugido e alado,
Embala no sorriso achado.
Escolhe nos sonhos voltar,
Quebrar o fôlego,
Prolongar o toque,
Sem demora tocar...
Tocar, bailar!

E livre dança!
Procura voar!
Destemida paixão que liberta..!
Voa, voa depressa!
Saborosa paixão que desperta..!
...doce brisa esta,
Que embala o corpo pintado...

Terei eu voado?

Leva-me outra vez,
Fundir o fogo com o mar,
Para nunca desaparecer...
Estarei a voar?
A moldar a brisa com o tacto
Em mil passos trancados.
No sangue os mil queimados.

Ebulição descontrolada,
Desmedido respirar cromático,
Sóbrio, canto mudo e solto,
Fala rasgada entre aspas,
Olho pingado, reflexo iluminado,
Estou a escolher,
A filtrar uma vida, por si so, ja rosada.

sexta-feira, março 30

Solução


Porém morreu,

Correu vazio no semblante,
Pólvora de um brilho condenado,
E sem temor esvaneceu,
Correu,
Tremeu num frágil estado,
Fragmentado, Inviolado.

E num mar se desfez,
E num rio desfez o desfeito,

Nasce,
Brota da luz espartilhada,
Caule de uma inércia efusiva.
Emergir?
O fôlego o trai,
Imperar?
Há sempre um Brutus que o traia,
Dissolver?
Na fácil solução social,
"Fuel" de um protótipo banal.

E nos sonhos se desfez,
E na vida desfez o desfeito.

Para voltar a quebrar,
Suspiro passivo de todas as vozes,
Simples evaporação do tom,
Na permissão desmedida que se revela,
Que nunca se entrega
Às mãos de quem chora a lírica perdida.

Rasgo em Mim

gosto de rir . gosto de poesia .
gosto de sandes .
gosto de massa . gosto da catarina . gosto do ist .
gosto de jogar . gosto de cair .
gosto de moamba .
gosto de férias . gosto de gelados . gosto de filmes de suspense .
gosto de futebol . gosto de lisboa .
gosto de animais .
gosto de água . gosto de gostar . gosto de pensar .
gosto de dormir . gosto de séries .
gosto de inventar .
gosto de chipmix . gosto do verão . gosto de lógica .
gosto de surrealismo . gosto de criar

A Ferida

Vou dilacerar as vertigens terrenas,
Cravar na carne a putrefacção,
Enlamear a raiva existente
Dispersando-a numa visão persistente,
Que não escapa...que não corre,
Permanece simplesmente...
Furiosa, diluída neste mundo.

É a loucura consciente,
Dispersando as suas entranhas,
As entranhas de um corpo demente,
Impetuosamente esfaqueado por turbilhões,
Estalando ossos, rompendo tendões,
Esperando avistar a implosão do sentido...
...NUNCA! Nunca perdido, apenas esquecido!

E a dor perpetua-se...
E a dor esmaga...
Cria um demónio escondido,
Um assassino fugido,
Alimentado por um sangue imundo
Caído do escuro, vindo das sombras,
Nascido da Ira!

E a demência deste mundo afoga-me!
As suas vísceras apertam-me...
Sufocam-me...contaminam-me...!
Dissecam cada pedaço de mim,
Dilaceram esta carne que eu sinto,
Esta carne que eu penso sentir...

Tudo o que vejo é sangue...
Não batalhas, não doenças...
Mais profundo que isso...
É o sangue que se esconde na terra,
Que se esconde no céu,
Que se abriga no universo...
Que surge no meu olhar perverso,
O olhar de um assassino,
Um assassino controverso....
Que jamais será compreendido...
Jamais irá compreender...
Julgam-no perdido...

Mas ele nunca, nunca irá morrer!

O Eu


Isto é um blog. Isto é um rasgo no peito. No meu peito.