sexta-feira, março 30

Solução


Porém morreu,

Correu vazio no semblante,
Pólvora de um brilho condenado,
E sem temor esvaneceu,
Correu,
Tremeu num frágil estado,
Fragmentado, Inviolado.

E num mar se desfez,
E num rio desfez o desfeito,

Nasce,
Brota da luz espartilhada,
Caule de uma inércia efusiva.
Emergir?
O fôlego o trai,
Imperar?
Há sempre um Brutus que o traia,
Dissolver?
Na fácil solução social,
"Fuel" de um protótipo banal.

E nos sonhos se desfez,
E na vida desfez o desfeito.

Para voltar a quebrar,
Suspiro passivo de todas as vozes,
Simples evaporação do tom,
Na permissão desmedida que se revela,
Que nunca se entrega
Às mãos de quem chora a lírica perdida.

2 comentários:

Catarina disse...

começo a reconhecer um estilo de escrita em ti. e adoro! =)

(L) @

Anónimo disse...

Volta a encontrar-se em "Solução" um território de penumbras, de esvaziamento cromático, de "soluções" sem fim à vista, de negação onírica. É um regresso à atmosfera pesada do amorfismo visual, da subjectividade reflexiva, onde a hipotética acção exterior se submete à reacção interior, à solução da desistência, ou seja, à não-solução.