quinta-feira, dezembro 6

Vender Um Pedaço de Céu

Homem, desempregado, na casa dos 20, solteiro, sem futuro, fodido, quebrado, gelado, procura a quem vender o resto de alma, o seu único pedaço de céu.
E esse homem, eu, no sentido mais pessoal da palavra, farto das massas férreas que pairam nos ombros, que pesam no consciente e se instalam como uma virose espiritual, desmamo-me do meu egoísmo, acedo à dádiva divina, humanitária, mas nunca altruísta.
A carne aos porcos que a merecem, o ouro aos deuses de espírito, ouro fátuo em estado líquido. O céu na palma da alma, para quem o quiser devorar, e engolir os dividendos do seu psicadelismo ensanguentado.


Texto elaborado no âmbito do GTIST

5 comentários:

Anónimo disse...

A nudez trágica e desencantada do enunciador que caminha desassombrada e determinadamente para uma ascese de sinal contrário. A negação da espiritualidade plasma-se no paralelismo antitético da busca do sopro divino através da recusa do céu, conspurcado pelo ouro fátuo do espírito. É a revolta humanista face a uma existência sem sentido, cujo peso férreo se torna um atributo caracterizador da essencialidade do homem.

The Artist disse...

T0 (tê zeros) a tender para o infinito superior – n fracções autónomas. Troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera. O Céu em regime de propriedade horizontal.
Pintura de azul e branco a tons de cinza e prata. Muitos nimbostratos e cumulonimbos. Nevoeiros e neblinas.
Aqui pode soltar raivas e danos de coração. Com muitas precipitações e correntes de ar. O pedaço inclui água corrente e ventilação!
Tanto por tão pouco!

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

há lá bacalhau?

Anónimo disse...

esferovite =)