terça-feira, junho 19

Lágrima

Aceito-te no berço sem colo nem chuva.
Carrega-te no sono amadeirado onde as raízes se tornam sua posse.
São as sinas da tua mágoa desgovernada, repara, são sinas.
E tu, desconheces os frutos que lhe adocicam a forma, a polpa, a pele, os ossos, os olhos e os lábios. Desconheces, no fundo, o ser. E o não ser também.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma "lágrima" verde, uma amargura doce, a pátina lodosa da ausência que escorre à flor da pele. E, face a essa escarpa obscura que se avoluma perante o não reconhecimento do outro, o ser ergue-se, inteiro e vital, frágil e autêntico, humano até ao âmago, até ao não ser.